De tempos em tempos mudamos. Dias parecesem ser longos. Cansaço bate. A vontade de fazer as coisas diminui. Isso deve ser normal. Ao mesmo tempo esta última frase é uma pergunta e uma afirmação. Acho que faz parte da vida os altos e baixos. Muitas vezes queremos a felicidade plena. A concentração plena. O alto desempenho. Lendo o que li, acredito que isso é um mal da nossa geração. Tudo precisa estar acontecendo para que eu não sinta tristeza. Uma espécie de anestésico. Ás vezes é uma merda mesmo. Em dias como esse - de hoje - acho que sair e andar é a melhor opção. Não por anestesiar a mente, apesar de ser parte do objetivo, mas para recuperar as energias. Manter o equilíbrio. Será que a vida é isso mesmo? O dia se passa e repetimos ele no próximo? Energia baixa de vez em quando? Para que depois possamos recuperar? Acho que essa é a pergunta que muitos queriam a resposta para que pudessem focar em outra, e mais outra, e mais outra... Acho que este seria o maior desejo da humanidade: alto desempenho e remoção do ócio. Pra quê? Pra nada. Como espécie. Mas extramemente valoroso para o capitalismo. Os gregos valorizavam bastante o ócio. Era o espaço de reflexão. Era o espaço de encontro com o "eu". Era de onde vinham os pensamenos mais profundos. Nada era instagramavel. Tudo era reflexo do sentir. Me pergunto: pensar isso me faz esquisito? Me faz especial? Acho que não. Acho que as pessoas escondem demais esse lado delas. Parece que fica feio quando alguém pensa sobre isso. "Você vê tudo pelo lado ruim." Tudo aquilo que me faz feliz também pode me deixar triste. Hoje existe uma alta pressão no mundo. Ela deseja o tempo todo reforçar a beleza. A felicidade. A expulsão da tristeza. A repulsa do que nos torna humanos. Pessoas são pessoas. Muitas vezes a busca por uma explicação política/científica/social nem é necessária. Questionar não nos leva apenas a descobertas engrandecedoras, do ponto de vista pessoal, mas também nos leva às assustadoras. Sou contra, porém, o embebedar nesse pote. Pois isso corrói. Quebra por dentro. Mas como balanço é irremovível. Faz parte. Da vida. Do viver. Quem se diz feliz o tempo todo é triste o tempo todo. Eu? Eu sou feliz. Mas também sou triste. Se não fosse, estaria feliz... ou triste?