Wallace Soares
Eu estava usando o Twitter essa semana e me peguei em uma notícia sobre a final de F1. Que "em meio ao silencio" Lewis Hamilton faz aniversário. Como assim? Em meio ao silêncio? Ele tem que postar coisas sobre o aniversário? E pesquisando sobre o assunto vejo que existem muitos fãs preocupados com a falta de posts do piloto. Honestamente, na minha visão, Lewis quer passar uma mensagem. Sobre as redes sociais. Sobre como isso esta nos consumindo e como esta nos mudando. Como sociedade. Posso e provavelmente estou enviesado com essa opinião visto que assumo exatamente este partido. Mas se for isso, já podemos ver os efeitos. Jornais, blogs e fãs "desesperados". Eu particularmente acho isso um comportamente um tanto quanto pertubador. Como se alguém não existesse se não possuisse ou interagisse em redes sociais.

Peça para alguém estar distante das redes por agora, será uma tarefa quase impossível para qualquer um. Essa dependência que temos destas redes é algo que pode ser muito perigoso. Noticias, notas oficiais, decisões políticas já estão fazendo parte do dia-a-dia de quem usa esses apps. Historiadores já falam de que guerras, da nossa geração, estarão em um campo diferente. Não será apenas mais o ar, terra e mar. Haverá também o campo cibernético. E se engana quem acha que isso envolve apenas ataques hackers entre nações. Manipulação de opinião da população contra os próprios governos estão no campo de ataque entre nações. É extremamente interessante para o governo dos EUA, por exemplo, fazer o com que chineses(e não somente eles) achem que seu governo é ditatorial. Isso gera uma revolta em grupos da sociedade. Da mesma forma para a China fazer acreditar que os EUA não oferecem as condições iguais para todos como se propõem a fazer. Portanto é fato que estas redes estão fazendo parte da sociedade e da forma que nós interagimos.

Empresas como Twitter e Meta - antigo Facebook - possuem na sua mão, e você pode acreditar que não, o poder de disseminar informações a ponto de mudar a opinião de milhões de pessoas. Isso porque, hoje, já se acompanha noticias e debates através destas plataformas muito mais do que se acompanha em televisão e jornal impresso. E como um ambiente aberto podem existir usuários que comentem, compartilhem e opinem com a intenção de manipular a opinião publica. Seriam os famosos bots. Essas empresas tem a capacidade de detectar e deletar interações provenientes deste tipo de atividade. Mas elas o fazem? Na minha opinião não. Ao menos não na mesma escala. Algumas alegam ser dificil e acredito que seja mesmo. É a famosa historia grega da Hidra. Quando se corta uma cabeça, aparecem duas no lugar. Mas na minha opinião não há tanta dedicação pois é uma atividade conveniente as redes. De que forma? Através de atenção a partir do engajamento. Que junto trazem usuários. Que trazem visualização de propaganda. Que no final é o que os sustenta.

Vai ser dificil superar a forte influência que as redes sociais já criaram. Elas irão resistir. Vão manipular a opinião publica para se manterem. Afinal, são empresas que querem lucro e não o bem-estar social. Vai depender do publico, supera-las. Ou então elas vieram pra ficar e estarão somente alternando entre si. Mas o fato, na minha opinião é: devemos cada vez mais estar conectados a estas redes. Cabe a nós nos separarmos. Cabe a nós tornar aquilo que é nosso, nosso. E não nos tornamos dependentes e completamente entregues a interesses particulares. Um mundo ideal? Talvez. Nossa vida deve pertencer ao real, não ao virtual.